A face da realidade que se encontra na vida além da vida.

Ainda despreparada para o fenômeno da morte do veículo orgânico em que se manifesta, a criatura humana sofre intensa perplexidade em face da realidade que encontra na vida além da vida.
Desacostumada às demoradas reflexões sobre o porvir, julgou, durante a vilegiatura carnal que era o próprio corpo e que neste ficaria por tempo indefinido. Desalojada da massa corpórea pelo impositivo da morte, viu-se desembarcando em estranho porto além da matéria pesada, adentrando-se em diferente pátria daquela em que nascera e vivera até ali.
Atravessada a perturbação inicial, à semelhança de um torpor que se dilui na medida em que toma posse de novas informações, o viajante da eternidade reencontra afetos e amores, desafetos e credores que o antecederam na inadiável viagem, dando-se conta de que uma nova realidade o envolve e que inadiável se faz sua assimilação para melhor acomodação a este novo plano existencial.
Fluidos por toda parte.
Leveza do corpo espiritual.
Superação de doenças típicas da matéria perecível.
Agilidade surpreendente do pensamento, como se este se materializasse à sua frente.
Volitação indefinível na linguagem humana, superando distâncias imensas sem qualquer esforço ou cansaço.
Brilhos e luzes no corpo espiritual que se acostumou ao cultivo da prece e das meditações em faixas elevadas da vida.
Constatação de que a morte não produz santos nem demônios. Não aprisiona seus transferidos em céus estanques ou infernos perpétuos, nem os estaciona em purgatórios ilusórios. A realidade se patenteia no que cada um fez de si mesmo, que direção deu aos próprios sentimentos e que ações cometeu enquanto no corpo precário, constatando que se a semeadura foi soberana, a colheita agora é compulsória.
Fim das ilusões e fechamento das cortinas no palco das fantasias.
A morte é, antes de tudo, reencontro do ser imortal com ele mesmo.
Dissolução da neblina educativa da matéria para que o Espírito se clareie ao sol grandioso da divindade que o acolhe na pátria causal.
Muito comum que o choque com a realidade não cultivada produza impactos tremendos na intimidade do ser, sacudido internamente por uma enxurrada de fatos que negou ou buscou desconhecer a vida toda.
Lágrimas ardentes explodem dos olhos pelas oportunidades desperdiçadas ou perdidas.
Sofrimento pela tarefa planejada e não cumprida.
Constatação de uma realidade que a ignorância religiosa ocultou de maneira leviana.
Descoberta de que aportou num estranho país, a desconhecer sua língua, sua moeda emocional, seus costumes, precisando de largo tempo para se adaptar ao novo habitat, variando esta adaptação de indivíduo para indivíduo conforme sua resistência às mudanças e assimilação das novas informações.
A morte não é simples troca de uma vestimenta pesada por uma etérea. É, antes de tudo, renovação de paisagens emocionais e mergulho na realidade de se saber Espírito imortal, passageiro da evolução incessante, aprendiz da eternidade, em trânsito por corpos descartáveis, a caminho da universidade da vida espiritual.
O ciclo de aprendizado terrestre, por isso mesmo, se reveste de graves responsabilidades e de inestimável valor para o desiderato da auto iluminação, pois que sem luzes impossível é avançar com segurança na noite escura.
Disse-nos Jesus que da Terra não sairíamos até quitarmos o último ceitil, ou seja, nossa imensa dívida para com a
vida e as vidas que nos rodeiam.
Deixar a ilusão e adotar a realidade.
Abandonar a companhia da ignorância espiritual e buscar o conhecimento libertador, mesmo que nos custe impacto forte à presunção cultivada.
Descobrir que a vida não se resume a um passeio sem compromissos graves ao círculo da matéria mais densa, se constituindo em valiosa oportunidade de trabalho iluminativo em favor de nós mesmos, a caminho do grande lar.
A mensagem de Jesus, por isto mesmo, se reveste de inapreciável importância, a que ofertamos valor, muitas
vezes, tardiamente.
Ainda enjaulado na armadura orgânica, lembra-te da transitoriedade do corpo.
Cativo das exigências materiais, treina o desprendimento diariamente, cultivando o desapego.
Sentenciado a testemunhos amargos e provações dolorosas, agradece a oportunidade de ouro concedida pela misericórdia divina em favor de tua libertação espiritual. Outros não a tiveram.
Enfermo, bendiz a ocorrência que te limita, freando-te os disparates e abusos de outrora.
Canta a glória de estares na Terra neste momento da grande transição, a se operar em todos os aspectos da vida terrestre e, se valendo do conhecimento que te alça por antecipação à pátria invisível, de onde vieste e para onde vais retornar um dia, ora em gratidão infinda por semelhante bênção, na certeza de que sem ela estarias em precária e difícil posição diante das soberanas leis, que a todos oferta iguais oportunidades e possibilidades, nem sempre bem aproveitadas.
Silencia tuas inquietações infantis, estuda e estuda-te, trabalha no bem e espalha a esperança tanto quanto possas ao redor de teus passos. Serão estas sementes que dirão no além qual foi tua sementeira no mundo.
Marta
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Instituição fundada por Divaldo Franco e Nilson a mais de 75 anos
Marcel também é trabalhador da Federação Espírita da Bahia a mais de 37 anos
Salvador, 29.07.2020

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A face da realidade que se encontra na vida além da vida
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