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Ao Turismo o que ele merece! Editorial do Mercado & Eventos

 

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Há tempos o Turismo no Brasil – leia-se empresários, profissionais do setor e entidades – lutam por reconhecimento. O Turismo quer e precisa ser reconhecido como uma atividade econômica que gera emprego e renda, capaz de transformar a realidade de cidades e cidadãos. No decorrer desta luta, a qual também nos incluímos, algumas vitórias relevantes aconteceram. E a maior delas é, sem dúvida, a criação do Ministério do Turismo, em 2003. Um passo importante para reconhecer a importância de um setor que gera um a cada cinco empregos no mundo.

 

Sabemos que um dos maiores desafios do país e, consequentemente, do governo eleito que tomará posse no primeiro dia de 2019, é alcançar taxas mais altas de crescimento e diminuir o desemprego. Se há atividade que pode contribuir com isso ela é – sem dúvida – o Turismo. Como já dito, as potencialidades do Brasil para receber turistas pode e deve ter uma melhor exploração. E isso começa prestigiando a cadeia produtiva do setor. Não com incentivos ou subsídios, mas com políticas públicas, projetos, leis e programas que destravem burocracias, não onerem o investidor de forma injusta e que facilitem a geração de empregos.

 

E quem faz isso atualmente? É papel do Ministério do Turismo. Ao contrário do que se pensa, uma das mais jovens pastas da esplanada conta com um corpo técnico de primeiríssima linha. Como já citado por nós em outros editoriais, os gargalos do setor não existem por falta de competência, criatividade ou vontade política. Falta mesmo um orçamento que contemple o setor da forma que ele merece. Um orçamento com recursos para a implementação de programas, melhoria de infraestrutura, capacitação e ações que estimulem o fluxo interno de visitantes. Isso sem falar da modernização da Embratur para que possamos fazer uma promoção muito mais assertiva no exterior.

 

Como é comum em uma democracia, o MTur já experimentou ao longo destes 15 anos diversos estilos de gestão. Uns mais vitoriosos que outros. Alguns mais políticos, outros mais técnicos, mas todos ajudaram a moldar e desenvolver o nosso setor. Como já citado na Carta Aberta enviada ao presidente eleito pelo trade turístico, de 2003 a 2017, o setor obteve um salto de US$ 24,3 bilhões na movimentação econômica gerada para o país para US$ 163 bilhões.

 

Obvio que isso não se deve apenas ao fato do MTur existir, elaborar e executar políticas públicas para o Turismo. Tivemos também períodos de crescimento econômico e mudanças nos hábitos de consumo dos brasileiros, que passaram a incluir a viagem na sua cesta de consumo. Da mesma forma que não é possível negar a importância de se ter uma pasta exclusiva.

 

A proposta revelada na última semana de incluir o Turismo e Cidades nas atribuições do Ministério da Integração, embora não seja considerada absurda do ponto de vista da sinergia que estas pastas podem gerar, desprestigia uma indústria que pode ser estratégica na tão esperada retomada do crescimento econômico. Ter uma pasta exclusiva pensando e fazendo o Turismo acontecer no Brasil é essencial para que o setor cumpra o seu papel e que contribua da forma que se espera para a economia.

 

Compactuamos com a ideia do presidente eleito de que é mais do que necessário conter despesas. Mesmo assim, insistimos que os números apresentados pela atividade turística no mundo e o potencial que existe no País justificam a existência do MTur. Do mesmo modo, a junção com outras pastas pode ser ainda uma influência aos novos governos estaduais para que façam o mesmo. Isso geraria um hiato de ações importante e poderia gerar, pelo menos no início, uma paralisia geral na promoção dos destinos brasileiros.

 

Outra possibilidade aventada, conforme a reportagem do M&E apurou, é que caso tomada a decisão de não unir Agricultura e Meio Ambiente, esta segunda pasta poderia passar a agregar o Turismo. Embora ainda não seja o ideal, os resultados esperados são melhores.

 

A Carta Aberta elaborada pelas entidades do setor traduz, de forma clara, a vontade de quem faz o Turismo acontecer no Brasil: a permanência de Vinicius Lummertz, seja no MTur ou na pasta que será gerada na nova configuração do Governo Federal. Como poucos ministros que já passaram pela esplanada (em todas as pastas), Lummertz cumpre com maestria a agenda política e a agenda técnica que o órgão exige. Transita no Congresso, entre empresários do setor e no meio intelectual. O atual ministro entende como poucos como o Turismo funciona por dentro. E o mais importante, sabe o que fazer para, enfim destravar as amarras que impedem o Brasil de estar entre as principais potências mundiais do Turismo.

 

Mais do que merecer, o Turismo precisa ser prestigiado para que possa se tornar, enfim, um vetor do nosso desenvolvimento.

 

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