SERRA CATARINENSE SEM CONEXÃO AÉREA

Como comentei em minha coluna anterior, a Azul disponibilizará 1200 voos para o Sul do Brasil neste inverno. Sabem quantos para Lages, Princesa da Serra, ícone do Turismo Rural Nacional, aeroporto extremamente alardeado e prometido pelo ex-governador e atual candidato ao senado, Raimundo Colombo? Nenhum! Sabem por que? Porquê o aeroporto não funciona. Os passageiros que optam em utilizar os voos da Azul Linhas Aéreas em Lages, não sabem se vão conseguir desembarcar ou embarcar no aeroporto do município. Isso porque o alardeado Aeroporto Antônio Correia Pinto de Macedo não funciona com voos por instrumento, ou seja, quando as condições climáticas impedem a visualização do piloto, os voos são cancelados e o pouso, geralmente transferido para Florianópolis. Como no inverno isso é normal na região serrana, os consumidores ficam em terra, literalmente.

O jogo de empurra-empurra é fora do comum. O Cindacta alega que a empresa Infracea não cumpriu algumas exigências e não enviou todos os documentos. Entretanto, a empresa, que é a responsável pela administração do aeroporto, alega não saber o que falta, já que teria encaminhado tudo o que foi pedido. O Cindacta não esclarece, nem para a Infracea e nem para a imprensa.

O diretor de operação do aeroporto, Klaus Klinger, frisa que dois barômetros estão prontos há 60 dias, pois já havia um e foi implantado outro para evitar problemas. “Não sabemos o que está acontecendo para não liberarem os voos, eles não explicam para nós o que falta”. Ele sugeriu ao prefeito Antonio Ceron, que marque uma reunião com o Cindacta para esclarecer o assunto. A função do barômetro é indicar ao piloto a altitude da pista em relação ao nível do mar. Assim, mesmo que ele não enxergue, pode calcular a distância até o solo e realizar o pouso com segurança.

A bagunça, além de incompetência é tanta que o caso, a pedido da comissão de voo regional da Associação Empresarial de Lages (Acil), o procurador da república, em Lages, Nazareno Wolff, enviou um documento ao Cindacta II, questionando o que está acontecendo para que os voos por instrumento em Lages não aconteçam. Ele conta que o órgão possui 10 dias para responder, contando a partir do dia que recebeu o documento. Se caso, não responderem até o prazo, o procurador ressalta que o Ministério Público avaliará a necessidade de instalar um inquérito para investigar o que está acontecendo. E isso, poderá ser feito por meio de uma ação civil ou criminal.

EMPURRANDO COM A BARRIGA

 

Reunião em Curitiba para programar mais uma vistoria? Uma nova reunião entre o Cindacta II e a Infracea será realizada nesta próxima quinta-feira, dia 10, na sede do Centro Militar, em Curitiba. A expectativa é que neste encontro se programe uma nova data para a vistoria do Cindacta II no aeroporto de Lages, resolvendo este impasse com uma “possível” homologação e liberação dos voos por auxílio dos instrumentos. É ou não é o absurdo dos absurdos? Fazer reunião para marcar outra reunião para mim é a mais pura enrolação, e com isso o turismo morre na praia, aliás, morre na serra.

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