A HIPOCRIZIA DESMASCARADA
Marta
Assim como os corpos, o planeta Terra apresenta sinais iniludíveis de grave enfermidade na sua paisagem moral.
Quando a febre irrompe num corpo, o imediato raciocínio detecta uma infecção em alguma província corporal, se buscando seu diagnóstico e consequente profilaxia pelas vias do antibiótico genérico ou específico.
Imenso organismo planetário, a velha Gaia experimenta nesse momento dramático de sua evolução os tremores próprios de uma colossal catarse, irradiando seus efeitos sobre as criaturas viventes em sua superfície.
Sessenta quilômetros de camadas de oxigênio, de sua superfície ao espaço sideral, jazem contaminados por vibriões de natureza psíquica e emocional, atestado vivo da insanidade e dos desmandos de toda ordem.
Mentes cristalizadas no ódio fazem-se usinas de horror.
Corações petrificados na soberba e na indiferença tornam-se vetores de pestilenta atmosfera, contagiando incontáveis.
O cinismo e a hipocrisia turvam as camadas da psicosfera, produzindo esgares de mal-estar naqueles que inalam esses miasmas mortíferos.
As epidemias se sucedem, ceifando corpos, e a medicina não consegue atender a todos quantos tombam, vítimas de enfermidades cruéis e dilaceradoras.
Em todos os quadrantes da Terra, o choro dos órfãos, o pranto das viúvas, o lamento calado dos apátridas e expulsos de suas terras, pelo impositivo das guerras.
Enquanto escasseiam os recursos que promovem a vida, as torneiras que nutrem as guerras e os laboratórios da morte estão sempre abertas, produzindo em larga escala os drones kamikazes, o míssil hipersônico e os artefatos de alto poder destrutivo.
Construções milenares fazem-se ruínas num piscar de olhos. Escolas se fecham, empurrando para a indigência e ignorância milhares de estudantes, especialmente mulheres, as impedindo de ter acesso à cultura e ao conhecimento das ciências.
E tudo, em nome da soberba, da presunção daqueles que se julgam os senhores do mundo, sob investimento de empresários do crime.
Ignoram que indefectível lei os aguarda na prestação de contas, quando a consciência se enxergar frente a frente com a realidade da vida.
Tentam disfarçar seus atos com manobras bem urdidas, onde se apresentam como mecenas da cultura e da instrução acadêmica, na intimidade agindo como sátrapas de incontáveis vidas, que reduzem à condição humilhante de hilotas, como se pudessem disfarçar suas torpezas morais com esmolas lançadas aos famintos.
A mensagem dos imortais rasga o véu de sombras que ainda delimita a tênue fronteira entre os deambulantes do corpo e aqueles, em maior número, que já se liberaram da argamassa pesada da matéria corporal.
Duas humanidades que convivem no mesmo espaço respirando, comumente, as mesmas aspirações.
Os enjaulados na corporalidade tudo fazem para prolongar a estadia no edifício de vísceras, como se fosse uma armadura inexpugnável.
Os evadidos pela morte deliram no anseio de regressarem ao claustro materno, abafando as amarguras e angústias ao som das cantigas de ninar.
Ventres se recusam à maternidade e, quando se percebem gestantes, expulsam seus inquilinos indesejados pelo aborto criminoso.
A pena de morte, mesmo quando não prevista nos diplomas de natureza penal, aí estão nas ruas e no cotidiano de milhões de indivíduos, que são abatidos a tiros ou acidentes automobilísticos todos os dias.
A impunidade que grassa, avassaladora, instalando um clima de descrédito e impotência numa sociedade já profundamente desencantada.
Onde localizar o paraíso perdido?
Como acreditar numa sociedade melhor, quando tudo parece conspirar contra o bem e o belo?
No tumulto das paixões em desgoverno, vozes tímidas se levantam, proclamando que os dias são chegados.
O joio percebe a foice que o arrancará da infestação no trigal maduro. O astuto se vê descoberto e suas falcatruas expostas à execração pública.
A biografia respeitável por cinquenta anos, tisnada por um único ato ignóbil.
A hipocrisia desmascarada.
O sopro da verdade, qual vento impetuoso, varre as paisagens sombrias, diluindo a névoa que negreja na madrugada teimosa.
O Cristo, enviando ao planeta triste Seus emissários, preside a regeneração que não pode ser detida. Milhões de almas redimidas mergulham nos corpos, buscando assento nas academias e nas tribunas, de onde falarão D’Ele em momento próprio.
A esperança, qual ave de luz, singra a cordilheira dos andes, espalhando renovação e alegria.
Ó, vós, que já ouvistes o chamado do Sublime Cantor, atendei ao apelo de mais servir e abençoar! Espalhai as boas novas, sem os artifícios do clero remunerado.
Cantai vossa confiança na infinita justiça.
Insuflai otimismo e confiança nas almas que deambulam sem rumo e sem fé.
Sede, desde hoje, espelhos onde a claridade das estrelas possa se refletir, iluminando as estradas ímpias da Terra em transe e agonias superlativas.
Vos tornais vexilários da verdade e obreiros atentos do novo tempo.
Ide! Jesus espera!
Marta e muitos amigos
Salvador, 15.01.2025
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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