PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
Graças ao esforço do próprio setor privado, o ecoturismo cresce e impulsiona preservação ambiental. Já o desgoverno cada vez mais atrapalha criando dificuldades para vender facilidades. Sem dúvidas o Brasil vem batendo recordes no turismo no pós-pandemia. O ano passado foi o melhor da história em número de viajantes internacionais, e a projeção de faturamento desta temporada é de R$ 157,7 bilhões, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) – uma alta de 1,7%.

Mas, com o aumento do interesse pelo país, cresce também a preocupação com o turismo de massa e com seus impactos no território, na geografia e na cultura nacional. Em tempos de alertas e desastres climáticos, o turismo de natureza no Brasil, que engloba o turismo de aventura, o ecoturismo, turismo rural e o turismo sustentável, tem se destacado como um dos segmentos mais dinâmicos do setor e uma poderosa ferramenta de educação ambiental. O setor já responde por 60% do faturamento do turismo nacional, segundo uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e em 2023 os Parques Nacionais receberam 11,8 milhões de visitas, um aumento de 15% em relação a 2022, estabelecendo um recorde na série histórica iniciada em 2000, segundo dados do Governo Federal.

Segundo Adriana Gamborgi Silveira, CEO do Boqueirão Hotel Fazenda & Resort de Campo, ícone do Turismo Rural em Lages – Santa Catarina, a princesa da Serra Catarinense, “Um de seus pilares é justamente sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação, mostrando ecossistemas preservados e destacando o valor da natureza em seu estado original. Além disso, quando bem planejado, o ecoturismo/turismo rural, podem contribuir para a redução dos impactos ambientais e atuar como uma alternativa econômica sustentável, promovendo a descentralização e a distribuição de recursos em diferentes regiões, justamente isso o que fazemos em nosso empreendimento.”

SUSTENTABILIDADE

Nesse contexto, as mulheres têm desempenhado um papel fundamental na promoção da consciência ambiental e na liderança do turismo de natureza brasileiro. Das setes pessoas na direção da Abeta, cinco são mulheres, e 31% das empresas associadas são administradas totalmente por elas, número maior do que o equivalente ao dos homens. Fatores sociais, culturais e econômicos têm estimulado o aumento da presença feminina no turismo de aventura e no ecoturismo, tanto como viajantes quanto em papéis de liderança, mas um fator se destaca: a consciência ambiental. Um estudo da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da FGV EAESP publicado em 2022 – o primeiro a relacionar equidade de gênero e sustentabilidade nas empresas brasileiras –, apontou que organizações com alta pontuação em indicadores de sustentabilidade ambiental ‘têm em comum a liderança feminina, propositiva e atenta às responsabilidades sociais das corporações’, segundo o texto.

O fortalecimento do ecoturismo, aliado à liderança feminina, representa uma oportunidade única para promover um turismo mais responsável, garantindo a preservação ambiental e o bem-estar das comunidades envolvidas. Mas esse caminho precisa ser trilhado com consciência. Segundo Natalia Latrechia, Diretora de Turismo da Cidade de Fraiburgo, a nossa Terra da Maçã e também Gerente Geral do Hotel Renar, ícone hoteleiro do Vale dos Imigrantes do Oeste Catarinense, “A qualificação é um grande desafio do turismo brasileiro. Para avançarmos rumo a um turismo mais sustentável, é fundamental que as instituições de ensino atuem de forma integrada, tornando a educação mais dinâmica e alinhada às demandas do setor. Por isso, é essencial a existência de políticas públicas municipais e estaduais permanentes voltadas à capacitação, assim como um compromisso do setor empresarial em investir no aperfeiçoamento profissional para atender a essa nova realidade de sustentabilidade e conservação ambiental”.

Leia ainda: Diversificação da oferta turística no Brasil, a estratégia e fortalecimento!
