FUTURO AINDA DISTANTE
Marta
Ao contemplar o futuro, o atormentado homem dos tempos presentes cogita de um porvir isento das ocorrências perversas da atualidade, como se o protagonista dos males não fosse ele próprio.
Vislumbra cidades limpas, tecnologia abundante, atendendo os mais comezinhos deveres da vida cotidiana, oceanos limpos, energia de sobra e intercâmbio com galáxias distantes, onde cruzar os espaços seja simples materialização da ficção científica de agora.
Corpos blindados contra as enfermidades, vencidas por uma medicina que vai penetrar o DNA dos seres humanos doentes, alterando na raiz genética as teratologias impostas pelo capricho da natureza.
Roupas sintéticas, ora abrandando o calor abrasador, ora garantindo forragem térmica contra os rigores do inverno.
E muitas outras conquistas se lhe desfilam na imaginação criativa e fértil, como se tais ocorrências e conquistas viessem como chuva, despencando do firmamento sem qualquer esforço de sua parte.
E o cenário que o cerca impõe-lhe angustiantes expectativas. A goela insaciável da guerra, a troar seus canhões e drones destruidores, arrasando comunidades num piscar de olhos. A rebeldia dos elementos atmosféricos, agitando furacões arrasadores e terremotos devastadores. Secas prolongadas, verões cada vez mais tórridos e invernos descomunais, antecipando eras glaciais.
O planeta, convulsionando-se em estertores ciclópicos, se lhe afigura um paquiderme sideral, tomado de uma crise orgânica incontrolável, sob forte intoxicação.
Como desenhar um futuro risonho e rico de bênçãos, se o presente se reflete em agonias indescritíveis?
De que forma estabelecer bases para o intercâmbio com civilizações extraterrestres, se não conseguimos ainda diálogo sensato e harmônico com o próprio vizinho?
Como alcançar a casa alheia, se a nossa permanece em conflitos estéreis, qual albergue em guerra civil aberta e sangrenta?
E inúmeras ferramentas parecem impor ao ansioso senhor das estrelas a pausa para demoradas reflexões.
Educação de qualidade para essa meninada que caminha pelos pés frágeis da criança e do jovem, clamando por um mundo menos desigual. Respeito ao ser feminino, ainda reduzido à condição de simples alimária em muitas culturas da atualidade.
Correção das injustiças sociais, com divisão justa da riqueza produzida pelo suor e pelas lágrimas do operário cansado.
Amparo ao idoso fragilizado pelos achaques do crepúsculo corporal, zelo e atenção aos portadores de limitações orgânicas e distribuição isonômica de saúde para todos.
Um teto para cada família.
Extinção do flagelo da fome. Proteção dos mananciais aquíferos, garantindo que não iremos nos matar no futuro por um copo de água.
Sim, a educação religiosa tem regime de urgência. Esclarecer, no âmbito das crenças e filosofias, que somos imortais, preexistentes ao berço e sobreviventes ao túmulo. Esclarecer que nossa passagem pelo planeta deve ser vista como uma matrícula num educandário gratuito, onde ninguém paga nada.
Agrega valor moral.
Acumula vitórias sobre as próprias imperfeições.
Extingue lepromas morais.
Busca ser ponte e não abismo diante do outro.
Sabe muita coisa, mas não domina tudo, necessitando do outro para avançar.
Compartilha para promover a alegria. Semeia a esperança, sem esperar seus frutos.
Atravessa suas tormentas com espírito estóico, agradecendo a lapidação que os céus envia-lhe na estrada comum.
Ampara quem caiu.
Toma das mãos que se lhe estendem quando tomba na própria fragilidade.
E quando a amargura o visita, percebendo a companhia das aflições, não busca a fuga da vida nem a evasão dos testemunhos pessoais. Silencia o próprio pranto e ergue os olhos para o céu.
Ao clarão do amanhecer, ora e prossegue confiando. No meio da tarde existencial, auxilia sem cobrar imposto alheio e visitado pela noite medonha, onde tudo parece negrejar, se permite fitar os pirilampos estelares, bendizendo as próprias dores.
Deus é sua meta.
Jesus, seu modelo e guia.
O mundo, sua escola.
O ontem passou, o hoje está sendo vivido e o amanhã virá qual sopro de primavera, renovando as esperanças e fortalecendo a coragem uma vez mais.
Quem serve em meio a cansaço e tribulações, prossegue seguro para os altiplanos da grande luz.
Marta
13.10.2024
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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Fotos: Divulgação / Jefferson Severino / Assessorias de Imprensa / Arquivos Pessoais – Fontes: Assessorias de Imprensa
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Agradece e avança, espalhando esperança e bom ânimo, coragem e confiança