PASSAGEIRO DA AGONIA
Marta
Em incontáveis séculos de história, a humanidade se lançou no mundo buscando atender, invariavelmente, suas próprias necessidades mais urgentes.
Singrou rios e os desbravou, sedento de posse e dominação.
Vasculhou florestas bravias atrás de frutos e caules apropriados à construção de barcos e casas.
Desceu em cavernas escuras e úmidas, ansioso pela conquista de metais preciosos.
Acumulou prata e ouro, diamantes e rubis, com os quais ergueu impérios fabulosos e ditou regras a vencidos e espoliados.
Conquistou mares, colecionando territórios que eram agregados como províncias e extensões de reinos e satrapias, sucumbindo entre tronos e cortes faustosas.
Atrás de si, deixou rios de sangue e lágrimas volumosas nas viúvas e nos órfãos.
Homens mutilados e velhinhos sem esperanças.
Quando a Terra se lhe afigurou conquistada, enveredou pelos caminhos da ciência e das artes, da religião e da economia, escrevendo em tintas rubras a própria história.
Decorridos milhões de anos de saga, hoje jaz aturdido nos paroxismos do destino e nas incógnitas da vida tumultuada.
Se afirma religioso, cultivando, ensandecido, o jugo da matéria que o alucina.
Ora, quase sempre exigindo dos poderes celestes, a preservação das conquistas transitórias e da permanência indefinida no ergástulo carnal.
Proclama os ideais de liberdade em discursos comovedores, fazendo prisioneiros e aprisionando-se em viciações incontáveis.
Domina os reinos inferiores e não consegue domínio sobre as próprias paixões.
Gargalha de loucura num momento e soluça no minuto seguinte, sob os estertores de suas crises existenciais.
Quem é esse estranho passageiro da agonia?
Como chegou até aqui, ignorando a própria realidade íntima?
Porque se entrega, desavisado e invigilante, ao consumo inconsciente do licor embriagante da luxúria e da avareza, olvidando a passagem breve nos círculos da carne?
Ciências novas e antigas tentam equacionar esse drama, explicar esse enigma, decifrar esse estranho inquilino da casa planetária.
A filosofia tem-lhe endereçado inquietantes interrogações, a religião o amedronta, a ciência o fascina, mas permanece ele perdido nos insondáveis labirintos de sua Creta milenar, sob ameaça de seus minotauros internos.
Por onde caminha, deixa pegadas escuras e raros sinais luminosos, na sua maior parte.
Cultiva a guerra e assina armistícios de paz.
Em um orbe gentil, que o acolhe a milhões de anos, servindo-lhe de berço e ao mesmo tempo de sepulcro das vísceras cansadas, tem tecido sua caminhada entre tambores de genocídios e cânticos religiosos, totens de deuses e estátuas de heróis canibais.
Na agitação que o sacode, raramente dispõe de tempo para a viagem para dentro, sempre sob a ameaça de que outro furte seu lugar de destaque no mundo.
Para todos eles, tanto quanto para nós, veio Jesus e seus emissários em todos os tempos do ontem longínquo e do hoje propínquo.
O Excelso Médico das almas enfermas optou pelo convívio direto com o atormentado descendente de Adão, insuflando em suas narinas o sopro da vida nova, a estuar além da matéria putrescível.
Apontando o desapego, a renúncia e semeando a esperança, renovou concepções e descortinou caminhos novos nas buscas humanas pela plenitude.
Fez da cruz símbolo da espada ensarilhada, desarmando os combatentes milenares de suas pugnas arrasadoras.
A verdadeira guerra será travada no cenário íntimo, onde a luz dissipa sombras, a verdade confunde a mentira, a transparência dilui a hipocrisia e humildade desidrata a presunção.
Descerra aos olhos cansados de chorar a gloriosa imortalidade que a todos está destinada, rasgando os véus da morte e aproximando vivos do corpo e redivivos pós decesso corporal.
Ó, Senhor, que não fizeste por nós na trilha desses milênios sem fim? Nossa oblata de gratidão ainda é miserável diante de Tua generosidade infinita!
Concede-nos um pouco mais de tempo para que nossas reflexões nos salvem de nossos abismos de caprichos e ambições desmedidas.
Que tua mensagem, orvalhada por nossas lágrimas abundantes, rebrilhe em nossas consciências como um sol de peregrina beleza, nos apontando a aurora de um novo dia.
Vem, Sublime Peregrino das estrelas!
Marta e Henrique de Luna.
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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Fotos: Divulgação / Jefferson Severino / Assessorias de Imprensa / Arquivos Pessoais – Fontes: Assessorias de Imprensa
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