NOVO SENTIDO EXISTENCIAL
Existem dias em nossas existências que gostaríamos de levantar com novos propósitos.
Fatigados pelas mesmas lutas e em constante combate contra as próprias imperfeições, nos colocamos de pé buscando, ansiosos, um novo sentido existencial.
E a ideia do perdão se nos brilha na mente como relâmpago na noite escura.
Ligeiro retrospecto da existência nos informa que estamos a carregar mágoas e dores que nasceram de pequenos conflitos com terceiros, e os amplificando num processo de automartírio passamos a carregar um peso íntimo que hoje nos verga em direção ao chão.
Nos fizemos vítimas em um episódio onde éramos os algozes.
Mente inquieta, coração desassossegado, sono fragilizado, no terreno da maturidade nos permitimos inventariar aqueles dias amargos e constatamos que uma cruz invisível se nos alojou às costas, por escolha própria, tornando mais penosa e amarga a jornada.
Nosso olhar enxergava com mais leveza a vida, mas presentemente estamos sempre de lentes escuras, distorcendo fatos e pessoas, destacando o lado pior das ocorrências e as nódoas dos companheiros de jornada.
Traídos, isolamos o equivocado de nosso campo de amizade, esquecendo de que em algum momento fomos igualmente menos sinceros para com alguém.
Abandonados por um afeto em quem confiávamos, nos trancamos no quarto escuro da rebeldia e do azedume, ironizando os que acreditam no amor.
Pessimistas por opção, o verbo se nos passa a ser vinagre destilado dos lábios, sempre pronto a pontuar o lado doentio ou menos feliz de qualquer situação ou acontecimento.
No lugar da oração pronunciamos a blasfêmia e a inconformação, nos afirmando aos demais que Deus se esqueceu de nós.
Antes, compartilhávamos impressões alegres nesse ou naquele campo dos relacionamentos sociais, mas modificados em expectativa contrária ao bem, somos presentemente um poço de águas estagnadas, transpirando miasmas de queixa e intolerância.
E se o perdão fosse adotado, voltamos a pensar?
É quando surge no caminho de muitos filhos pródigos a época da escassez, obrigando o trânsfuga das divinas leis a uma reflexão sobre si mesmo. Se dá conta que reside num país estrangeiro, longe de casa e dos verdadeiros afetos. A nação estranha é íntima, assinalada pela amargura e pela vitimização, sempre buscando machucar quem esteja do lado.
Uma imensa saudade da casa paterna nos invade o peito e as lágrimas ácidas nos tolhem a visão do caminho. Somos constrangidos a admitir que fizemos uma opção equivocada.
Terrível solidão nos invade a alma.
Eis ligeiro retrato de muitas vidas a se arrastarem no planeta, paralíticas no afeto e anestesiadas na emoção.
Visitadas pelos acúleos da dor, refazem o caminhar e deliberam rever o mapa que traçaram aos próprios pés.
Começa o percurso de volta. Buscar suas origens. Rever a criança perdida dentro de si.
Resgatar a inocência da infância machucada.
Perdoar a si mesmo, se dando o direito de errar quando não sabiam.
Perdoar ao outro que tentou nos ferir, pois que estava profundamente doente quando nos atacou.
Saber que nas hastes do jardim tem espinhos, mas que é fundamental exaltar a beleza da rosa e seu perfume encantador.
Ter noção de que nem todos os dias serão de ouro. Alguns serão de prata e outros de bronze.
Desculpar o amigo que nos deixou em meio à dificuldade, pois naquele momento era melhor para nós a solidão, criando vasto campo de reflexões sadias no terreno árido da alma.
Descobrir que podemos e devemos perdoar sempre, pois o perdão é muito mais saudável e terapêutico para quem perdoa, nem sempre para quem é perdoado.
Se teus dias tem sido difíceis, para muita gente eles tem sido espinhosos.
Há criaturas em situações muito mais dolorosas que as tuas.
Vê tuas mãos. Muitos não as têm.
Podes andar e correr. Milhares são reféns de muletas e cadeiras de rodas.
Tua visão alcança o infinito. Pensa nos que se debatem na escuridão.
Tua voz canta, fala, discursa, declama. Tantos mudos ao teu redor.
Iniciando o dia de hoje, perdoa quem te ofendeu e avança em tuas tarefas com profunda gratidão a Deus, semeando em tua estrada esperança e alegria, otimismo e bom ânimo.
Nunca estiveste nem estarás sozinho.
Deus segue contigo.
Marta
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Instituição fundada por Divaldo Franco e Nilson a mais de 75 anos
Marcel também é trabalhador da Federação Espírita da Bahia a mais de 37 anos
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Fotos: Divulgação / Jefferson Severino / Assessorias de Imprensa / Arquivos Pessoais
Fontes: Assessorias de Imprensa
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