Milhares de séculos da presença humana na superfície terrestre para que o mundo fosse devidamente conhecido
O HOMEM E O PROGRESSO
Foram necessários milhares de séculos da presença humana na superfície terrestre para que o mundo fosse devidamente conhecido.
Inicialmente domiciliado nas grutas e cavernas do período paleolítico, os primeiros agrupamentos de primitivas tribos somente conheciam diminuto território, ali nascendo, vivendo, crescendo, caçando e pescando, e ali morrendo em conflitos ou sob reação de animais selvagens.
À medida que o progresso foi se desvelando às culturas, a história foi escrevendo páginas de incomparável beleza e as ciências foram descortinando horizontes mais dilatados, o ser humano foi percebendo que as fronteiras estavam muito além do horizonte.
Naus e caravelas singraram mares nunca antes percorridos, continentes foram conquistados, e a concepção de espaço e território sofreu enorme dilatação.
De milhares de pessoas, nos fizemos multiplicar para os atuais oito bilhões de habitantes, homens e mulheres à procura da própria identidade.
Milhares de séculos da presença humana na superfície terrestre para que o mundo fosse devidamente conhecido
Milhares de séculos da presença humana na superfície terrestre para que o mundo fosse devidamente conhecido
Fronteiras superadas, abismos oceânicos devassados, cumes de montanhas atingidos por alpinistas destemidos e o espaço paulatinamente investigado por engenhos de avançada tecnologia.
Nossa curiosidade não tem limites.
Temos ânsia de dominar o vazio que nos cerca. As estrelas nos fascinam a milhões de anos e desejamos alcança-las, impondo nossa conquista e nossas bandeiras.
E enquanto dos laboratórios e dos gabinetes de pesquisas brotam admiráveis inventos e artefatos da inteligência incomum, no íntimo algo dilacera os sentimentos e castiga as emoções.
O ser se vê carente de afeto.
A solidão o devora numa época de tanto intercâmbio por avançados sistemas de comunicação.
Se tem ânsia de ser escutado, em um momento histórico em que quase todos querem falar, poucos estão disponíveis para ouvir.
Relacionamentos superficiais geraram uma sociedade líquida e superficial, onde a aparência triunfa sobre a essência, que permanece desconhecida na maioria esmagadora dos intercâmbios mantidos.
Muitos têm, pouco se é.
Dominam idiomas, ignorando a linguagem do amor e da simplicidade.
Quando se percebem fragilizados, se fazem agressivos, revelando os tormentos que os vergastam interiormente.
Tornam-se déspotas da própria família, e quando não enxergam saída dos transtornos do humor ou da afetividade, fogem do corpo no comboio sombrio do suicídio hediondo, tentando estancar a dor que os consome intimamente.
Somos o retrato vivo de uma sociedade paradoxal. A madeira exibe um belo verniz, ocultando em muitos o cupim moral que as devora na intimidade.
Urge socorrer a criatura humana, perdida em si mesma e carente do reencontro com sua identidade profunda.
Necessário desacelerar essa insana corrida da projeção pessoal. Investir mais na conquista da felicidade, que não está na posse de coisas, mas no domínio das paixões e das tendências infelizes. Cultivar o hábito das reflexões e do silêncio interior, acalmando as paisagens interiores, convulsionadas pelo excesso de informações, que não conseguimos digerir.
Ter tempo para orar, abandonando a postura de quem reza, repetindo palavras pre-fabricadas, e buscando na oração ungida de sentimentos escutar a Divindade, que nos fala por palavras inarticuladas.
Milhares de séculos da presença humana na superfície terrestre para que o mundo fosse devidamente conhecido
Milhares de séculos da presença humana na superfície terrestre para que o mundo fosse devidamente conhecido
A melodia de Deus nos ramos do salgueiro.
O algodão divino na nuvem fecundante.
A água pura da fonte, nos libertando da sede abrasadora de afeto e amizade.
A sinfonia incomparável dos pássaros no galho da laranjeira.
A face de Deus no sorriso da criança.
A sabedoria da vida no rosto cansado de um ancião que medita.
A esperança que se renova no ventre de uma mulher em gestação.
O cão que nos tributa fidelidade incondicional, haja abundância ou miséria material onde vive conosco.
A majestade do oceano, que humildemente vem beijar as praias com suas espumas salgadas.
O lume dos pirilampos estelares, tremeluzindo cada noite na escuridão da madrugada.
Um entardecer melancólico, onde o poente parece um incêndio de luzes no crepúsculo em triunfo.
Selene brilhando soberana numa noite de nostalgia.
Quantos motivos para a renovação e a estesia! Cada dia uma nova oportunidade.
Onde situaste tuas buscas?
Que te falta nesse cenário de incomparável beleza?
Te enxergas como um peregrino perdido na imensidade do mundo ou como um aprendiz, buscando tuas lições esquecidas?
És filho da grande luz!
Estás condenado por Deus à felicidade. O Pai não te concedeu a permissão do não evoluir. Tolera tuas escolhas equivocadas, te reergue nas quedas e te sustenta nos testemunhos, tão só aguardando que, movendo os próprios pés, possas perlustrar a imensa estrada da evolução, deixando teus baixios evolutivos e rumando para os cimos da vida plena.
Com Jesus, por Jesus e para Jesus!
Marta
Salvador, 21.03.2023
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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