O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências

CONTRASTES GRITANTES
Marta

O mundo jaz repleto de cultura, onde afamadas bibliotecas guardam milhões de livros, cheios de saber, mas tamanho colosso de conhecimentos não conseguiu nos isentar das guerras de arrasamento recíproco e de genocídios periódicos.
Se muito avançou a ciência médica no diagnóstico de enfermidades dilaceradoras e cruéis, bem como na extinção dos flagelos da peste, semelhante bênção ainda não logrou alcançar todos e na atualidade estamos sob a lâmina fria de inúmeras ocorrências no campo emocional, vitimando milhões de indivíduos com transtornos na área do humor e da afetividade.
As cidades e metrópoles de maior destaque se fizeram ao sacrifício de escravos e operários em exploração aviltante, em dilatados séculos de opressão e escravidão e, não obstante leis terem banido a noite do cativeiro, ainda persistem as senzalas morais, os pelourinhos da viciação e da exploração do trabalho infantojuvenil.
O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências
O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências
A mulher, subalterna em quase todas as civilizações, alcançou nos séculos XX e XXI expressivo empoderamento, ocupando patentes nas forças armadas, comando na política e togas na magistratura, entretanto milhões de nossas irmãs jazem submissas ao talante do macho alfa, dependentes economicamente de genitores abusivos e filhos inconscientes, quais aves impedidas de voar ante o corte das asas pelo tesourão da censura e da discriminação.
Avançamos nas relações religiosas, criando fóruns e parlamentos onde pontes de diálogo nasceram saudáveis, permitindo dialogar equilibradamente com pontos de vista diferentes dos nossos, mas o século das luzes assiste uma fúria de intolerância e fanatismo como jamais se vislumbrou na história.
Ramos da ciência investigativa examinaram a possibilidade de comprovar a sobrevivência do ser além da campa fria dos túmulos, reunindo formoso acervo de evidências para confirmar a imortalidade da alma, mas persiste em grupos e religiosos a resistência a esses avanços, fixados em um céu estanque e um inferno de penas eternas.
Fomos e somos capazes de investir bilhões em armamentos de alta tecnologia, desenvolvendo armas e artefatos de destruição em massa, mas as paisagens mundiais exibem esqueletos vivos, suplicando por um pedaço de pão ou uma atividade remunerada, onde possam garantir a própria sobrevivência.
O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências
O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências
Em lugar de flores, silos atômicos.
No lugar dos arados e de tratores agrícolas, tanques de guerras e casamatas fortificadas para o caso de um conflito mundial.
Diversos planetas sob análise de rovers e sondas não tripuladas de alta tecnologia, vasculhando qualquer mínimo traço de vida microscópica, *e no chão do mundo homens, mulheres, crianças e idosos vestidos de mulambos, vasculhando latas de lixo ou coletando latinhas e plásticos para reciclagem, angariando míseros tostões para não sucumbirem à miséria orgânica irreversível.*
Meu Deus, quantos contrastes gritantes!
Senhor, que fizemos de Tua mensagem?
Já não temos cruzes, onde sentenciamos Dimas e Gestas, te situando ao meio, mas estamos todos atados a postes de miséria moral,
baixeza emocional e imperfeições várias.
Nossas traves agora são invisíveis, nos impedindo de enxergar o outro.
*O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências.*
O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências
O essencial foi deixado de lado e nos fizemos servos das aparências
*O corpo foi içado ao pedestal da glória, onde o seu esculpir tem destaque e prevalência, mas a alma que somos parece torporosa, vagueando entre o delírio e a realidade.*
Descerra, outra vez, o véu que oculta a pátria dos redivivos, reabrindo as pontes de comunicação entre os cativos do corpo e os libertos da tirania corporal, nos facultando enxergar as estrelas em nossa noite de sombras.
Aponta-nos, uma vez mais, o poço onde podemos sorver a água da vida maior. Multiplica, pela segunda vez, pães e peixes, arrancando as multidões desesperadas da fome espiritual que presentemente alucinam aqueles que dizem te amar.
Trancafiados em lares faustosos, igualmente temos as portas do coração fechadas ao outro.
As paixões assaltaram o lugar outrora ocupado pelo amor.
A gentileza cedeu lugar ao convencionalismo.
*O indivíduo, em muitas situações, é acolhido pelo que tem e não pelo que se é.*
Temos ânsia de rever nossa marcha em sociedade, erguer templos sem portas e lares sem muros. Cultivar a religião da verdade, iluminar o continente íntimo e erguer um altar no coração. E, em prece, ousamos te perguntar novamente:
– Senhor, quando vais regressar mais uma vez ao mundo, nos despertando desse torpor que nos furtou o clarão das estrelas?
*Cada qual com sua própria resposta, sem olvidar que o ontem já passou e o amanhã ainda é expectativa.*
Marta
Salvador, 18.08.2023
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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