Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado

O MUNDO SEGUNDO O HOMEM ATUAL

Atravessamos os tumultuados dias dos excessos, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado.
Enormes residências, escassos moradores. Máquinas custosas e invejadas nas garagens. Raros passeios com esses veículos na via pública, sempre sob o temor do furto, do acidente ou da avaria nas pistas esburacadas.
Cozinhas enormes, onde eletrodomésticos de última geração parecem preparar os alimentos sob comando de “timers” digitais, quase eliminando os esforços humanos na produção de acepipes.
Energéticos diversos oferecem suprimento de força extra para o dia em chegada como se o corpo fosse simples máquina de prazeres e gozos diversos, acolhendo esses suplementos para suportar o imenso desgaste do dia a dia.
Dilatada preocupação com o aspecto corporal, seja na estética ou na moda, levando alguns aos exageros das academias lotadas de aficionados pelos corpos perfeitos, plenos de massa muscular e isenção de gordura de origem animal. Estética corporal em alta, mesmo que as atitudes morais estejam rebaixadas na pauta da convivência.
Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado
Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado
A impunidade aos crimes cometidos criou uma indiferença social gritante, favorecendo a ideia de que o delito compensa. Justiceiros se valem do exercício arbitrário das próprias razões para exterminar párias sociais, que se entregaram ao mundo do crime na ânsia louca da própria sobrevivência ou da fantasiosa ascensão social.
*A hipocrisia perpassa entre religiosos, que afirmam em discursos brilhantes a fidelidade ao sagrado, e nas sombras da noite, se entregam à esbórnia e à depravação moral, alguns sendo desmascarados pela mídia espetaculosa.*
Milhões sonhando com seus quinze segundos de fama. O palco que lhes empurre a miséria material para bem longe, abrindo-lhes os cofres recheados de cifrões.
Livros à mancheia. Cultura rala em muitos eruditos. Expressões artísticas por toda parte, e a badalação noturna arrastando incontáveis indivíduos para a dissipação dos costumes e o abastardar dos sentimentos.
Sem sombra de dúvidas vivemos dias de glórias culturais e visível decadência ético-comportamental, quais estímulos grosseiros a corroer o delicado tecido social.
Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado
Não cabe a escola educar e sim ensinar. Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado
Os pais terceirizaram a educação aos avós que já criaram seus filhos e para a escola, liceu da instrução por excelência, e assistimos inertes e impotentes uma geração perdida, desorientada e pessimista rumando do nada para lugar nenhum.
Mas tem gente produzindo a diferença que se contrapõe a esse alucinar coletivo. Dedicam-se à solidariedade sempre que possível. Diminuem as próprias necessidades para oferecerem auxílio a quem marcha desarvorado. Suas religiões são suas condutas, seu altar, o próprio coração.
Recebem críticas acerbas e ferinas, prosseguindo no desiderato do amor, inabaláveis. Ouvem elogios de oportunistas e teóricos, mas não se fazem anjos para agradar os lábios de mel. Por terem consciência da própria realidade, avançam educando o próprio ego e disciplinando a vontade.
Sonham com mais tempo entre familiares biológicos, atividades domésticas e a companhia dos livros, mas quase sempre estão sufocados de demandas, socorrendo e amparando a sociedade muito doente. No fundo, parecem barras de anil tentando colorir de azul uma baía de águas sombrias.
Cada criatura deveria, de tempos em tempos, fazer rigorosa análise de sua presença no mundo. Auscultar carências não preenchidas. Ampliar o leque de serviço aos mais carentes. Ressignificar a própria existência em bases de uma fé lúcida, que acate as claridades da ciência, sem tirar os pés do chão, viaje pela filosofia sem verborragia barata e se quedem no campo do comportamento nobre, diamantino, buscando vivência da religiosidade acima das religiões e convivência com o sagrado acima dos interesses rasteiros.
Assim procedia Jesus, comungando com o Pai em solidão oportuna no monte ou nos bosques. Depois de refeito, volvia ao contato com a massa de esfaimados e surtados, prodigalizando-lhes algum conforto na alma e reparação de tecidos necrosados.
Já fizeste alguma vez um teste com teus atuais interesses? Tens certeza das escolhas a que te impusestes nas trilhas do próprio destino?
Conheces alguém que não carregue consigo sintomas de melancolia, picos de ansiedade e o estresse dos tempos modernos?
Apruma-te em Jesus nesse momento de funda aflição, individual e coletiva, bebe com Ele o vinho da eterna aliança e avança. Para o servidor fiel, são muito escassas as possibilidades de descanso. A seara permanece enorme e o número de voluntários continua muito aquém das necessidades.
Tens consciência da trilha, cujo perigo surpreende em cada esquina a invigilância do aprendiz desatento?
Oração e vigilância. Atenção redobrada e cumprimento irrestrito de deveres.
Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado
Dias atuais, das extravagâncias, do supérfluo e do consumo exagerado
Quem escolheu Jesus como sublime paradigma não se perde em meio ao nevoeiro das paixões sectárias ou mundanas. Prossegue com Ele, por Ele e para Ele.
O mais, passa feito nuvem ligeira, anunciando ao longe os trovões e relâmpagos da mudança que já chegou, renovando as paisagens do mundo no rumo de sua plenitude.
Marta
Salvador, 23.03.2024
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicogarafia de Marcel Cadidé Mariano
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