Na rua do trabalho, na esquina do esforço, frente à avenida do progresso tem imóveis aguardando novos inquilinos

A ESPERA DE NOVOS INQUILINOS

Posto no mundo para evoluir e progredir, o Espírito encontra mil desafios à sua frente.
Tanto pode tomar esses óbices como montanhas intransponíveis quanto estradas percorríveis, dependendo da ótica com que enxerga os obstáculos.
Almas preguiçosas tendem a se intimidar com os tentáculos que as lutas evolutivas impõem no cenário da matéria densa. Optam pelo menor esforço. Buscam proteção na família e nos amigos. Viabilizam condições onde se protejam das chuvas periódicas de sofrimento e testemunhos, fazem-se arredias ao trabalho e em si mesmas enxergam apenas virtudes, reservando vícios e mazelas para o próximo, de quem buscam unicamente a utilidade geral.
Algumas tornam-se parasitas de outras vidas. A lei do menor esforço lhes rege a existência descolorida.
Quando interrogadas sobre a vida, alegam terem sido esquecidas por Deus e deixadas no ponto de ônibus do progresso, aguardando o próximo comboio.
O discurso masoquista se lhes faz tão habitual que recuam diante de qualquer luta que imponha mudanças na maneira de viver.
O mundo as tem aos milhões.
Procurando os desbravadores, estes são minoria.
Se constituem em grupos menores ou indivíduos isolados, cujas vidas parecem assinaladas por problemas e desafios do berço até o túmulo.
Da infância ao crepúsculo da existência tudo lhes foi e são dificuldades. Orfandade desde cedo, carência do mínimo necessário, enfrentamento de limitações orgânicas e quando esses pontos de estrangulamento não existem, possuem precária instrução, encontrando mil dificuldades para galgarem postos de trabalho que lhes garanta a sobrevivência com dignidade.
Quanto mais oram, mais assombração lhes aparecem.
Sofrem traição ignominiosa de afetos próximos, puxam seu tapete de conquistas, são arrancados da fila das escassas oportunidades e o pão que lhes chega ao estômago quase sempre foi molhado de lágrimas salgadas.
Entretanto, nestes que parecem réprobos e párias no mundo a Divindade coloca as esperanças de mudança nos néscios e acomodados.
Pela tenacidade que demonstram, pela fibra moral com que se sustentam em meio ao fragor das lutas e pelo silêncio estóico com que superam as limitações se fazem paradigmas para muitos.
Não são almas contaminadas pelo mal ou desprovidas de fibra, se constituindo em vasos escolhidos pelo alto para exemplificarem no mundo o quanto compete lutar pela superação e aperfeiçoamento incessante.
Como alcançar o cume da montanha sem o esforço da subida?
De que forma diluir a neblina da ignorância sem as noites de estudo e dedicação aos livros?
Como avançar na conquista de sonhos, sem abandonar o chão onde brotou e se aventurar na selva das feras humanas?
Suando e chorando, alguns estão conseguindo transformar outros que se demoram na contemplação da banda, que se lhes passa à frente dos olhos, tocando a sinfonia patética.
Quedam-se, torporosos, na própria insensatez e preguiça, alegando receios injustificáveis e articulando mil desculpas para se evadirem do bom combate.
Não são almas más. São almas frágeis, receosas do confronto com seus demônios interiores, a se manifestarem na forma de vampirismo, acomodação e oportunismo.
Se contentam com migalhas, tendo a abundância à frente.
Temem drenar o pântano, manipulando a enxada e a picareta, reclamando sempre das águas pútridas e dos miasmas que transpiram das águas estagnadas.
Os batalhadores e construtores da nova era tem em Jesus o modelo e guia.
Buscam N’Ele inspiração e refrigério. Leram sobre sua trajetória e pinçaram esse ou aquele momento do Seu messianato para lhes constituir êmulo das próprias vidas.
Tentam viver à semelhança D’Ele.
Reconhecem que o Reino de Deus não surgirá com aparências exteriores e se fazem, livremente, operários de um mundo novo, que se edifica sobre um outro que vai desmoronando pouco a pouco.
Casarões de usura, castelos de soberba, edifícios de insanidade e coberturas de vaidades ruem diariamente, quais construções de areia edificadas nas praias vastas da evolução, que o mar do progresso renova a cada onda.
À semelhança dos três porquinhos, os servidores fiéis estão fincando suas moradas em alicerces de pedra da reta consciência, alvenaria sólida do dever cumprido e o telhado dos sonhos não lhe furta o clarão das estrelas. Isso já é suficiente para inibir o lobo mau, que sofre de enfisema pulmonar, não tendo mais fôlego para derrubar, ao sopro de sua ganância e cupidez, as vivendas onde a simplicidade e o amor resolveram edificar a vila da esperança.
Na rua do trabalho, na esquina do esforço, frente à avenida do progresso tem imóveis aguardando novos inquilinos.
Tem interesse?
Marta
Salvador, 03.04.2023
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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