Necessidade de se apurar o olhar sobre as diversas lições ministradas pela vida

COTIDIANO DA VIDA
Marta

No transcurso de uma existência, o aprendiz é constantemente convidado a extrair lições de acontecimentos aparentemente banais.
Cada quadra da vida guarda seu sabor. As diferentes idades do corpo carreiam lições próprias. Experiências da mocidade nem sempre se repetem na madureza ou voltam a ocorrer na ancianidade.
O que é certo é a necessidade de se apurar o olhar sobre as diversas lições ministradas pela vida, no cotidiano de cada um. Podem ocorrer meses ou até anos consecutivos, onde a vida do ser se assemelha a um barco parado em águas mansas. Nenhuma ocorrência de vulto, nenhuma tragédia familiar, nenhum sobressalto na economia doméstica e tudo sinaliza uma travessia serena sobre as procelas do mar agitado da vivência humana, até que…
Surge uma manhã desafiadora. A tragédia bate na porta sem aviso prévio. A miséria assalta o lugar da opulência. A morte recambia para as paisagens tristes do cemitério amigos e afetos muito queridos ao coração, e todo aquele cenário de calmaria, em poucos dias ou semanas, torna-se um travo amaríssimo de ser digerido.
Ira divina?
A estrela da fortuna e da felicidade apagou seu brilho?
Onde estão os ouvidos divinos, que parecem surdos aos apelos dos que ficaram na retaguarda em aflições indescritíveis?
O cenário, antes balizado por harmonia e equilíbrio, agora é um caos, sugerindo que a adaga do destino nos lançou no olho do furacão.
Como remendar pedaços? Recompor os tecidos emocionais e refazer as estradas enlameadas.
Quase sempre nessas horas difíceis as lições ocultas nos transtornos não são vistas.
A perda é tida como desgraça e quase nunca como convite ao desapego.
O desaparecimento de certos vínculos de amizade é interpretado como abandono e solidão, gerador de estados depressivos e abatimento, mas raramente o ser que fica observa que a vida removeu hoje de nosso círculo de afetos indivíduos que serão, amanhã, fontes geradoras de muitos males emocionais e lacerações morais de demorada cicatrização.
A queda leciona a preciosidade do movimento. A enfermidade que chega, sorrateira, está ensinando a impermanência de tudo.
A prece não é um habeas corpus das dificuldades ou alvará de soltura das expiações e provas, como se Deus mercadejasse bênçãos com os filhos cambistas.
A oração agrega forças ao desfalecente para que se sustente na prova, avance na luta e carregue com resignação a própria cruz.
De maneira geral, as orações nos círculos evolutivos do planeta, bem caracterizado como de provas e expiações, ainda se acham reféns da expressão petitória, com requintes de exigências descabidas, raramente pronunciadas com o intuito de agradecimento pelas tempestades que varrem as sombrias paisagens íntimas, renovando a atmosfera psíquica de muitos.
Quando o Cristo se retirava à parte, buscando o deserto ou as montanhas da Palestina, Ele ia haurir suplemento de energia nos inesgotáveis mananciais divinos, volvendo, referto de Deus, ao convívio das multidões descompensadas e raivosas, aflitas ou em desespero e abandono.
As nutria de esperança e alegria, fé e compaixão, mas cada um continuava senhor de suas próprias histórias.
Em anotando essa ou aquela mudança em teu livro da vida, onde certa página de impressionante alvura foi riscada por escuro lápis, traduzindo um trecho revelador de tuas amarguras e sofrimentos, perdas e frustrações, silencia qualquer revide contra os insondáveis desígnios superiores, renova teu pensar e segue, mesmo cambaleante.
Dá tempo ao tempo.
Tua madrugada pode ser extremamente escura, mas nenhuma potestade pode deter a alva de um novo dia.
Que fez e faria Jesus se estivesse em teu lugar, vivendo as difíceis experiências da convivência entre tantos tristes e derrotados?
Tomando o Divino Amigo como teu paradigma e guia, enxuga teu suor copioso, seca tuas lágrimas e ajuda, como puderes, alguém que tombou na estrada, estacionou no acostamento ou optou por falsos refúgios da estrada, à cata de descanso indébito, justamente quando a luta se fez importante e selecionadora.
Não existe injustiça nos Excelsos Códigos.
Ninguém sob arbítrio injusto do Pai.
Vai! Teu dia começou e tuas lutas te esperam. Delas, sairás mais bem aquinhoado para a própria vida, se as aceitares sem murmurar.
Marta
Salvador, 03.07.2023
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