AMADURECIMENTO PARA A VIDA
Marta
Situado no centro das tormentas humanas, o ser se vê fustigado por um aluvião de notícias trágicas.
O cenário político mundial se lhe afigura uma panela de pressão sem válvula de escape dos gases em ebulição.
O noticiário policial o esmaga de minuto a minuto com tragédias passionais e confrontos de milícias e forças do Estado.
Acidentes rodoviários ou aéreos imprimem desolação e angústia nas almas já sofridas. Atentados de toda ordem parecem sustentar um contínuo desassossego, geradores de medo e aflição.
Ninguém blindado contra esses informes dolorosos e marcantes, até porque quase todos estão de aparelhos nas mãos, recebendo essa incessante pancadaria emocional em tempo real.
Longe dessas plataformas digitais, dramas se dão entre quatro paredes.
Ninguém vê, ninguém sabe.
Mulheres violadas pelos próprios maridos. Esperanças juvenis furtadas por parentes psicopatas. Crianças violentadas na sua infância por cuidadores perturbados, vítimas cujas vozes frágeis e lágrimas abundantes não são vistas nas redes sociais.
Casais em discussões inflamadas, onde a força do argumento de um é sufocado pelo argumento da força do outro, culminando em tragédias passionais que só mais tarde chegam ao conhecimento da sociedade e das autoridades.
Diálogos ríspidos.
Desavenças funestas por imposição de ideologia religiosa ou política.
Fragilizado o indivíduo, a célula mater da sociedade, a família, trinca seu cristal e perde sua argamassa de união entre os cônjuges. E o panorama se apresenta caótico, desolador, apontando a constelação familiar em perigo, atravessando um dos seus momentos mais delicados na história da civilização humana.
Não obstante a ajuda religiosa, psicológica e de aconselhamento de casais, cada vez avulta-se a dissolução precoce dos laços entre parceiros, permitindo o avanço da vulgaridade, o cultivo da insensatez e a derrapagem nas condutas equivocadas, nutrindo a sociedade de miasmas altamente nocivos.
Nem todos os indivíduos estão suficientemente amadurecidos para a vida a dois. Em pleno século das tecnologias sofisticadas, a falta de maturidade emocional impera.
São crianças feridas, vestidas de carnes adultas.
Portadoras de graves traumas no campo dos sentimentos.
Elegem a parceira pela apresentação do colágeno, mas na intimidade estão carentes de colo materno. Ela, algumas vezes, vê no homem maduro a representação do genitor que não assumiu seus deveres quando da procriação.
E toda vez que o sentimento não está alicerçado no respeito, na maturidade das relações interpessoais e na partilha das emoções superiores, muito provável o malogro da construção familiar, qual castelo de areia edificado em praia banhada por mar revolto.
Ausência de diálogo assinalam os atuais relacionamentos entre homens e mulheres.
A intimidade sexual parece ter urgência, se sobrepondo à convivência com o ser que se elege ou se aceita como parceiro ou parceira para uma caminhada a dois.
A mensagem de Jesus tem urgência em nossos dias tumultuados. Treinar a meditação antes de promover ações impensadas. Saber como fechar feridas emocionais que estes relacionamentos breves da atualidade produzem nas partes.
Distinguir amor de paixão.
Sexo de companheirismo.
Atração de afinidade.
E, em visitando as dúlcidas páginas da Boa Nova, conservar a certeza ser o planeta um campo de experimentações e testemunhos, escola e educandário de almas em agonias diversas, onde dois amores se destacam em meio a tantos desencontros e frustrações: o amor de mãe e o amor de Jesus.
Vamos pensar juntos nessa estrada?
Marta
26.10.2024
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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