O SER, O DESTINO E A DOR

O inspirado escritor francês Léon Denis, em profundo e inspirado prefácio de sua obra “O problema do ser, do destino e da dor” afirmou, com indiscutível razão, que quando se chega ao crepúsculo da existência muitas almas estão tomadas de desencanto e desilusão.
Descobrem, de maneira tardia, que não estudaram nem aprenderam nada sobre a morte.
O que acumularam no mundo vai ficando. Se agarraram a bens que terão que deixar, nutriram paixões que o tempo dissolveu e abriram frentes de combates emocionais que consumiram reservas preciosas de energia, reduzindo de muito a vitalidade orgânica.
A beleza física passou como um sopro ligeiro na janela da mocidade. Os lauréis e títulos acadêmicos ensinaram a manipular o mundo material, mas nada ministraram sobre a vida além do sepulcro, a se avizinhar dia a dia.
Um profundo desencanto e uma amargura tomam conta de muitos que começam a atravessar essa quadra da vida física, correndo-se o risco de perda do próprio sentido existencial se não existirem outras metas a serem alcançadas.
Se houve busca de respostas para as magnas questões da vida nos arraiais religiosos, seus representantes afirmaram que os desígnios divinos são insondáveis. Outros simplesmente deram com a cabeça, assegurando que a transcendência é um mistério.
E o vazio, homiziado com o medo, tomou conta da vida em pleno ocaso material.
Certamente que esta ocorrência se deu e se dá com milhões de criaturas humanas, não atingindo milhares de outras. Cada qual carrega consigo experiências e histórias que lhe são próprias, entretanto, fundamental se faz pensar nas nossas buscas ao longo da vivência corporal.
Cultores de um materialismo que se infiltrou na cultura de um modo geral, quase nunca se dedica um tempo para análise da brevidade da passagem pelo carro orgânico, robusto na maior parte da sua funcionalidade e que vai se desagregando à medida que surge o envelhecimento de suas peças principais.
Os raciocínios sobre a transcendência ficam sempre postergados para um futuro incerto, já que o presente está inteiramente dominado pelo pragmatismo e racionalidade dominante.
Acumula-se lembranças doridas, alimentando a vitimização do ego dominador, vive-se um presente sempre na ideia de ser inexpugnável contra a morte e quando o corpo começa a sinalizar o desgaste natural ou provocado pelos abusos, o ser começa um processo de inquietação íntima, muitas vezes tardio.
Arrancado da matéria, aporta nas vastíssimas praias da imortalidade como náufrago de um barco que o estaleiro do cemitério recolheu para reciclagem. Inúmeros ficam a vagar entre os encarnados, tentando reerguer a roupagem dissolvida na cripta fria ou buscando em vão serem ouvidos pelos tímpanos carnais de parentes e amigos.
Muitos, incontáveis sequer se deram conta de que já fizeram a passagem para o outro polo da vida, circulando desorientados em meio à indiferença dos vestidos de carne.
Todos os dias missionários do amor e da caridade, em nome do Excelso Amigo, acolhem nas colônias e postos avançados do mais além milhares de almas desorientadas e perdidas nos raciocínios. Carregam muitas perguntas, que vão sendo respondidas em tempo oportuno.
Buscam endereços do mundo, ignorando que ficaram para trás. Falam de negócios não realizados, clamam contra desafetos e inimigos, reclamam da desatenção de familiares e parentes, ignorando a própria penúria emocional.
Braços abertos os acolhem na pátria nova. Almas gentis lhes dão suporte na adaptação necessária.
Psicólogos e terapeutas lhes fornecem explicações simples, que os vão despertando gradualmente para a realidade que ignoraram ou negligenciaram quando na vilegiatura carnal finda.
Todos despertarão.
Cada um será atendido em sua necessidade.
E quando a verdade se sobrepõe ao império da ilusão, muitos choram e lamentam o tempo investido em demasia na aquisição de coisas que não puderam carregar no esquife.
Em oportuno momento de Sua jornada entre nós, nos alertou Jesus com sabedoria: de que vale ao homem ganhar o mundo e perder a própria alma?
Se já percebeste o alto preço pelo qual o ser paga pela invigilância, desperta enquanto é tempo e examina teu amanhã. Não te fazemos apologia da morte, pois que esta inexiste.
Tudo é vida, a se desdobrar em dois planos existenciais.
Teu ontem já se foi. Virou álbum de fotografias.
Teu amanhã vai chegar porque és imortal.
Teu hoje, teu melhor momento. Desperta enquanto é dia. À noite, toda caminhada é mais difícil.
Marta
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Instituição fundada por Divaldo Franco e Nilson a mais de 75 anos
Marcel também é trabalhador da Federação Espírita da Bahia a mais de 37 anos

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Fontes: Assessorias de Imprensa

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