DA MORTE A IMORTALIDADE
Marta
Em uma oração muito antiga, contida no livro sagrado da cultura Upanishads, os gurus e avatares deixaram sinais de iluminação para os aprendizes do futuro, quando dizem: “Senhor! Ajuda-me a transitar: da treva para a luz, da mentira para a verdade e da morte para a imortalidade.”
Indiscutivelmente, quando o discípulo se aproxima de um mestre, ele é tomado de admiração e estupor ante a vivência do orientador em diferente estágio mental e emocional.
Quase sempre a busca de um guia sinaliza o quanto o aprendiz se encontra desencantado com a própria existência, tomado de tédio ou vazio existencial, rumando qual barco sem leme, tangido pelas ondas do mar. Ao localizar seu futuro adestrador, se deixa fascinar num primeiro momento pelo desprendimento do mundo, a visão mais dilatada dos problemas da vida.
As trevas não se resumem tão somente na ausência de luz. Pode ser compreendida quando a noite moral se abate sobre um indivíduo ou sobre toda uma cultura, impedindo o acesso dos seres aos mananciais da paz e da plenitude, quadro esse que ora se apresenta na Terra, tomada pelas sombras espessas da inquietação humana.
Seres em escuridão tendem a brigar por qualquer réstia de luz que lhes possa clarear as estradas íntimas.
A noite densa, na intimidade, é geratriz de muitos males, dissolvendo a esperança e instalando o medo nas engrenagens sutis das emoções, o que provoca muitos danos e rupturas nos relacionamentos saudáveis.
Imprescindível buscar um raio de sol que possa luzir na intimidade da criatura, apontando-lhe novos rumos na madrugada moral que presentemente teima em usurpar dos homens e das mulheres o direito à felicidade.
A mentira, sob a ótica da psicologia profunda, demonstra no seu período infantil a necessidade de se proteger do adulto violento. É um escudo de que a criança se vale para garantir sua integridade física diante das arbitrariedades daqueles que são seus responsáveis.
Amadurecendo, a mendacidade passa a ter outro caráter, construída para escamotear fantasias, adquirir prestígio na roda de amigos e edificar uma falsa visão de que a pessoa é venturosa e seus empreendimentos e iniciativas são sempre exitosos. A imaturidade emocional do ser o leva ao manejo da mentira como se fosse uma segunda face da realidade, da qual se evade com receio de se assumir adulto e arrostar as consequências de seus atos.
Num mecanismo automático e inconsciente, resgata a criança traumatizada de ontem e a reveste com a mentira bem construída da fase adulta, buscando ludibriar a boa fé daqueles a quem deseja enganar, enganando-se.
*A mentira, longamente sustentada por artifícios e suborno de terceiros, traz incontáveis prejuízos ao convívio das criaturas.*
Basta ligeira observação nos relacionamentos afetivos, quando um dos parceiros elege um segundo vínculo e para ocultar da pessoa enganada, mente de maneira cínica, escondendo a verdade de sua pusilanimidade até o momento em que a verdade se faz pública, sob os holofotes do escândalo, gerando no traído ou traída uma profunda decepção, o que pode redundar que não venha mais a acreditar em pessoa alguma.
*Disse-nos Jesus que conheceríamos a verdade e ela nos faria libertos, Ele só não disse quando, o que equivale afirmar que a história forjada tem pernas curtas, chegando sempre um instante em que é desmascarada pelo clarão da verdade.*
*Transitar da morte para a imortalidade significa conhecer e fazer dessa realidade uma nova plataforma de atuação no mundo.*
O conhecimento sólido e bem estruturado de se saber imortal deveria ter provocado nos ambientes terrestres uma revolução sem igual ou paralelo na história da humanidade.
A religião seria hoje bastante diferente, a teologia seria inteiramente alterada na sua leitura em torno da transcendência do ser após a morte corporal e os estados que aguardam o Espírito após o decesso dos despojos orgânicos seriam alterados, permitindo uma renovada visão da vida.
A imortalidade da alma consolida a certeza de que somos, nós todos, mais do que um conjunto vibrante de 60 trilhões de células, estruturado na fecundação e dissolvido pelo impositivo da desencarnação compulsória. O ser passaria a ter um compromisso com sua vida futura, diminuindo essa ânsia doentia em se preservar no vaso físico, como se esse fosse uma cabine telefônica, blindada contra a visita da morte.
*Fazendo parte do ciclo da vida, a morte não significa extinção, anulação do ser, mas simples desacoplar da essência, imortal e vibrante, que da aparência se afasta por não encontrar nessa solução de continuidade, ante o desagregar de suas peças principais.*
A carta abandona o envelope cansado.
A falena deixa para trás o casulo imprestável.
O sapato velho recebe o divórcio dos pés, que buscarão outros calçados.
Por isso mesmo, em toda parte o cântico de imortalidade que deveria fazer desta atual sociedade uma agrupamento de seres em busca de sua realidade intrínseca, aquela que é preexistente ao berço e sobrevivente ao jazigo.
Na Terra, os nascimentos são aguardados com enorme ansiedade por genitores e avós, onde a essência espiritual se vê aprisionada nos grilhões da corporalidade por longos lustros. Na morte, é lamentado e longamente pranteado, quando justamente se liberta do cárcere corporal, readquirindo a liberdade perdida dos espaços.
Quando a morte for devidamente equacionada e a imortalidade compreendida, haverá choro nas maternidades e riso nos cemitérios.
Em se permitindo tocar pelos novos pensamentos, especialmente o espiritualismo moderno, reflete maduramente em tua trajetória no mundo e quais objetivos te trouxeram ao convívio com outros seres.
Que tens a realizar?
De que ferramentas te vales para fazer triunfar teus ideais?
Refletes em tua convivência diária quem realmente és ou ainda buscas evidenciar tua caricatura de quem desejarias ser?
Recorda a urgente necessidade de abandonar a sombra, filiando-se à luz, trocar a mentira habitual pela verdade dosada e avançar, decidido, para a conquista de tua imortalidade, em desde já se sabendo imortal, na ascese que nunca cessa e no progresso que nunca se detém.
Marta
Salvador, 23.01.2023
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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