INDÚSTRIA DO TURISMO
O gigante Google realizou um estudo inédito sobre turismo no Brasil. O turismo é uma indústria tão grande e diversificada que chamou a atenção do gigante Google, o qual realizou um estudo inédito, com base em dados compilados pela OfferWise, revelando que o turismo do pós-pandemia no Brasil está em ritmo de expansão com a entrada de novos viajantes. A pesquisa mostra que, passadas as restrições dos últimos anos, grupos de pessoas que, até 2020, não tinham o hábito de viajar agora estão mais dispostos a fazer as malas. Tanto é que o número de pessoas que querem viajar cresceu 10% em relação ao período pré-pandemia. O destaque fica mesmo por conta da chegada de um novo perfil de viajante, que é de pessoas das gerações Z e Baby Boomers, das classes C, D e E e, em sua maioria, moradoras das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A pesquisa entrevistou brasileiros com idade a partir de 18 anos, que são viajantes habituais ou pretendem viajar neste ano.
Além disso, a análise apresentada também recebeu o complemento de insights coletados a partir das pesquisas feitas por brasileiros no buscador do Google aqui no Brasil. O aumento do interesse em viagens é puxado por brasileiros que, há três anos, não tinham o hábito de viajar, mas alimentaram essa vontade durante a pandemia e, neste ano, planejam pegar a estrada (+14%). A perda de poder aquisitivo e o aumento de custos fez com que alguns viajantes habituais pré-pandemia deixassem de viajar daqui pra frente. A maior parte desse público é composta pela Geração Z (28%), faixa etária que representa uma fração bem menor entre o grupo de viajantes habituais (15%). Os maiores de 65 anos – representados principalmente pela geração dos Baby Boomers – também se destacam: 7% dos novos viajantes são dessa faixa etária que, por outro lado, representa apenas 3% dos turistas recorrentes.
No recorte socioeconômico, o estudo revela a importância das classes C, D e E no reaquecimento do turismo brasileiro. Quatro em cada cinco novos viajantes (82%) pertencem a esses grupos. Entre os viajantes recorrentes, as pessoas com esse perfil socioeconômico compõem menos da metade (41%). Boa parte dos novos turistas são moradores das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte. A frequência das viagens em família também deve crescer, em especial aquelas compostas por crianças de até 12 anos. Ao mesmo tempo em que um público de novos viajantes desponta no pós-pandemia, o número de mochileiros habituais que projetam viajar neste ano caiu 4% comparado a 2019. Essa queda, porém, é compensada por uma maior disposição entre os remanescentes desse grupo: 79% dos que pretendem viajar querem fazer com mais frequência do que antes da pandemia. A frequência das viagens em família também deve crescer, em especial aquelas compostas por crianças de até 12 anos. Comparando os destinos de maior desejo pré e pós-pandemia, o estudo aponta uma tendência de interesse pelo Nordeste brasileiro (crescimento de 9% em relação a 2019), resorts e hotéis fazendas (+ 6%), cidades brasileiras com ecoturismo (+4 %), países da Europa (+4 %) e Ásia, África ou Oceania (+ 3%).
VIAGENS RODOVIÁRIA
Pelo alto custo das passagens aéreas, conexões longas e absurdas, evidentemente que não precisa nenhum estudo para mostrar que as viagens rodoviárias estão em alta. Vários estudos demonstram isso. “A perda de poder aquisitivo e o aumento de custos fez com que alguns viajantes habituais pré-pandemia deixassem de viajar daqui pra frente”, afirma Aline Prado, líder de insights para o segmento de Viagens no Google Brasil. “Por outro lado, a vontade de explorar novos lugares após o confinamento imposto pela pandemia criou uma nova oportunidade para empresas do setor, com uma demanda superior aos níveis pré-pandemia”, completou. O brasileiro saiu da pandemia mais preocupado com a hospedagem. O número de consultas por hotéis no Google quase dobrou (+97%) no Brasil no período de janeiro e fevereiro de 2022 em relação ao mesmo período de 2019. Neste contexto, as buscas apontam tendências como o maior cuidado com a localização (as pesquisas por ‘bem localizado’ já cresceram 238% neste ano em relação a 2022) e decisões mais impulsivas (consultas por ‘hotéis perto de mim’ cresceram 412% no mesmo período).
VIAGENS ATÉ ALI
Distâncias curtas, isto é, dentro do próprio estado ou estados vizinhos próximos, levam a uma maior procura por transportes terrestres. Isso é comprovado pelo aumento das pesquisas por viagens de ônibus (+26%) e aluguéis de carros (+44%), na comparação com 2019. A análise dos dados de busca revela ainda que o brasileiro está à procura de viagens mais curtas e em distâncias menores. Nos primeiros meses de 2023, as consultas por viagens de três dias cresceram 130% em relação ao mesmo período de 2022. No mesmo período, também cresceram 156% as buscas por rotas de até 250 km — por outro lado, rotas com mais de 3.500 km caíram 77%. Dessa forma: “As viagens terrestres são a bola da vez”, afirma Débora Bonazzi, head de negócios para o segmento de Viagens do Google Brasil. “Mais do que mostrar que a demanda por viagens está aquecida no Brasil, os dados deixam claro que há uma oportunidade de diversificação de negócios para as empresas do setor”, completou.
DESTINOS TURÍSTICOS INTELIGENTES
Anote aí, já foram escolhidos os 12 destinos turísticos inteligentes brasileiros. Para quem não sabe, DTIs são frutos de uma parceria entre Sebrae e BID e objetiva aumentar o impacto econômico do turismo nos pequenos negócios. Dessa forma e após seis meses de seleção, o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) escolheram os 12 municípios, das cinco regiões brasileiras, que irão fazer parte do Programa Turismo Futuro Brasil, que irá aplicar a estratégia de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), que tem como objetivo fortalecer os negócios da área do turismo nessas cidades.
No Centro-Oeste, as cidades escolhidas foram Pirenópolis (GO) e Bonito (MS). Já no Nordeste, Penedo (AL) e as capitais São Luís e Recife. Já na região Norte foram selecionadas a capital Belém e a cidade de Novo Airão (AM). No Sul do país, a capital Curitiba e Bombinhas (SC) foram as escolhidas. Já no Sudeste, Belo Horizonte, Ilhabela (SP) e Paraty (RJ) receberão a metodologia. A primeira reunião com o grupo de selecionados ocorrerá em São Paulo no dia 04 de abril, durante a WTM. A notícia foi comemorada pelos representantes dos municípios selecionados. Um dos destaques do edital foi incluir critérios que possibilitaram a participação de municípios de pequeno porte como se pode observar no resultado dos destinos selecionados. “Um destino turístico inteligente, conceitualmente, é o local que gerencia dados para conhecer o perfil do turista que o visita, é comprometido com a sustentabilidade e gera experiências positivas tanto aos visitantes, quanto aos moradores da região”, ressalta a coordenadora de Turismo do Sebrae, Ana Clévia Guerreiro.
Entre as principais iniciativas que os destinos podem aplicar estão a implantação de acessibilidade, acesso à internet em pontos estratégicos, facilitação no acesso de informações turísticas, criação de aplicativos de suporte aos visitantes, entre outras. O processo dos Destinos Turísticos Inteligentes é inclusivo. Está sendo feito de forma integrada aos parceiros, respeitando a extensa região geográfica do nosso país e sua diversidade. Serão unidas as estratégias disponíveis, contribuição para a competitividade dos destinos turísticos, melhorar a estadia dos visitantes, gerar emprego, renda e novos produtos para quem vive do turismo. É uma proposta totalmente centrada na sustentabilidade e no respeito às boas práticas de gestão. Além disso, o conceito de destinos turísticos inteligentes traz um olhar inovador para a competitividade desses territórios, essencial para que superem os efeitos negativos da pandemia de forma sustentável. A parceria entre BID e Sebrae nasce justamente da necessidade de apoiar essa recuperação sustentável e resiliente dos destinos brasileiros, mas incorporando a ela a inovação. O edital do “Programa Turismo Futuro Brasil” foi lançado em setembro de 2022 com objetivo de selecionar, inicialmente, 10 destinos turísticos no Brasil que seriam apoiados com a elaboração e/ou implementação de suas estratégias de Destinos Turísticos Inteligentes. O amplo número de candidaturas recebidas e a qualidade dos projetos motivou a seleção de dois municípios a mais. Três premissas fundamentais guiaram o edital: oportunizar a participação de quaisquer municípios, desde que estivessem no Mapa do Turismo Brasileiro 2022 do Ministério do Turismo (MTur), proporcionar a representatividade das cinco regiões brasileiras entre os destinos selecionados para o apoio e selecionar destinos com perfis distintos, de pequeno, médio e grande porte.
CIDADES INTELIGENTES
Falando nisso, moradores, turistas e visitantes de Foz do Iguaçu passam a contar com cinco pontos de wi-fi de acesso gratuito no bairro Itaipu A, também conhecido como “Vila A”, o primeiro bairro público inteligente do Brasil. Serão três pontos de conexão no Gramadão, um no ponto de ônibus da Avenida Gramado (em frente ao Hospital Ministro Costa Cavalcanti) e outro no ponto de ônibus da Av. Silvio Américo Sasdelli (em frente ao restaurante Beduínos). A iniciativa faz parte do programa Vila A Inteligente, desenvolvido pelo Parque Tecnológico Itaipu Brasil (PTI-BR), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Itaipu Binacional, Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, com parceria do Inmetro e da Ligga Telecom. O objetivo é trazer mais comodidade e acesso à internet de qualidade a população. Para utilizar o wi-fi gratuito em qualquer um dos cinco endereços, o usuário deverá localizar no seu dispositivo móvel a rede “Vila A Inteligente”. Ao se conectar, será necessário informar o e-mail para autenticação e fazer o aceite do termo de uso. Após receber um e-mail com a confirmação, o acesso estará liberado e o usuário poderá navegar pela internet, pesquisar informações sobre pontos turísticos, utilizar as redes sociais, aplicativos, se conectar com amigos e familiares e muitos outros por um período de 24h.
TURISMO, DESTINOS & ALIMENTAÇÃO
A FBHA defende sanção de MP, que aguarda aprovação, e que poderá contribuir para que micros e pequenas empresas diminuam os prejuízos financeiros causados pela pandemia no setor de turismo e alimentação. Na última terça-feira (21), o Senado Federal aprovou a Medida Provisória, que aumenta o prazo de pagamento dos empréstimos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Instituído em 2020, o programa tem como objetivo desafogar o setor produtivo durante e depois da pandemia da Covid-19. Agora, a medida aguarda sanção. A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) recebeu a aprovação com entusiasmo, pois a medida traz segurança e fôlego ao setor.
SUSTENTABILIDADE & ESG
O meio ambiente e sua preservação são demandas que atualmente se posicionam como focos prioritários de atenção das pessoas e empresas. É cada vez mais comum ouvirmos os termos sustentabilidade e ESG, contudo, qual o verdadeiro significado destas palavras, quais suas diferenças e sua importância? Inicialmente é necessária a compreensão de que sustentabilidade e ESG apesar de próximas, não são a mesma coisa. Sustentabilidade está relacionada ao termo desenvolvimento sustentável que busca suprir as necessidades do presente sem causar efeitos adversos às gerações futuras. Já ESG é a sigla em inglês para environmental, social and governance (ambiental, social e governança), e tem sido utilizada para se referir a práticas empresariais e de investimento que se preocupam com um avanço sustentável da marca.
Como pode se observar, ambos conceitos são parecidos, no entanto, existem particularidades próprias de cada um. ESG é um conjunto de práticas que liga fatores ambientais, sociais e de governança corporativa. Ele é focado em reduzir riscos, ações e práticas específicas e mensuráveis, ligado às práticas internas das empresas. Já sustentabilidade é focada em questões gerais, tem uma visão mais abrangente sobre as questões sociais e de preservação ambiental. Além de focar seu processo em resultados a longo prazo. Em resumo, sustentabilidade conta com ações estratégicas, indo além de apenas reduzir o impacto ambiental, já o ESG determina os aspectos que vão qualificar essas ações, aumentado as oportunidades de investimento para as empresas. Dessa forma, entender as semelhanças e diferenças é fundamental para as marcas, trade de turismo e pessoas que visam atingir positivamente o público. Assim, em recente estudo, a Forbes relatou que 92% dos entrevistados afirmaram que possuem maior tendência em confiar em empresas ambiental ou socialmente responsáveis. A existência de uma relação conjunta entre os termos no dia a dia, com toda a certeza trará impactos positivos para você em um mundo com um mercado tão dinâmico e agitado como o nosso.
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