REVOLUÇÃO EM TEU MUNDO ÍNTIMO
Marta
Em abraçando a causa cristã, anotas estranha revolução em teu mundo íntimo.
Um senso mais aguçado parece te dotar de um instrumento de análise da própria vida com mais acuidade.
Um vasto horizonte, antes despercebido, se te descerra à compreensão.
Tuas limitações te constrangem. Teus passos miúdos te oprimem. Tuas explosões de cólera te adoecem o terreno emocional, agora mais sensível.
A mensagem abraçada te fala, sem palavras, que existe uma oficina em teu país interior, aguardando teus braços e esforços na luta incessante pelo aperfeiçoamento. Ferramentas várias reclamam manejo.
Surge a imperiosa necessidade de educar o verbo contundente, o olhar de censura e o dedo que acusa.
O outro é visto em erro e tua conduta não é menos censurável.
Alguém tombou em pleno percurso da estrada comum e teus pés parecem fazer ziguezague na mesma rodovia da evolução.
Anotas alguém que o desespero consumiu, o desânimo devastou o coração e a coragem se diluiu nas fibras morais, vencidas pelos achaques dos conflitos diversos.
Tua compreensão da vida, entretanto, agora é outra.
Percebes, com maior agudeza e raciocínio, que teu exílio terrestre é matrícula no educandário de um planeta escola em transição dolorosa. Tuas lições são diárias e as aulas e os testes te chegam sem aviso prévio.
Um afeto nutrido e amanhã arrebatado pela morte, lecionando desapego e compreensão da Divina Vontade. Uma posse que prometia tranquilidade na velhice e agora se faz pássaro arisco, rompendo a gaiola da contenção e planando além de tuas mãos e ambições.
O carro físico, inatingível por doenças durante décadas, de repente surge com limitações e dores, deficiências e atrofias diversas, decretando desaceleração numa existência caótica.
O riso fácil de um tempo, agora lágrimas demoradas que ninguém quer saber.
A solidão compulsória.
A ausência de um amigo, a impossibilidade de erguer o castelo dos sonhos afetivos com a alma gêmea.
E quando demonstras qualquer traço de equilíbrio, ditas frases de esperança a alguém ou prestas esse ou aquele pequeno favor a um irmão do caminho em desorientação, teu nome é alçado à condição de benfeitor inesperado.
Eles estão machucados demais para perceberem tuas feridas. Muitos cegaram-se nas miragens do mundo, suplicando teu braço amigo na travessia do deserto. Outros, carregam pavorosas desilusões e buscam em teu verbo uma frase que lhes mitigue a sede de compreensão.
Carregam pesadas cruzes de aflições e inquietações várias, ignorando que tens às costas difíceis madeiros de tuas próprias ocorrências íntimas.
E tudo isto aconteceu porque travaste contato com a mensagem de Jesus. O Mestre não te ofertou tempo para adaptação ao novo momento. Breves lições e já te sentes intimado ao concurso em nome D’Ele.
A Terra se te afigura um vasto hospital de alienados. Uma enfermaria com bilhões de doentes e escassos enfermeiros. Uma oficina apinhada de veículos batidos, portadores de motores falidos e lataria amassada, sobrando serviço e faltando mecânicos para tantos consertos.
Tens a opção de entregar-se à inércia, buscando a rede na beira da praia ou arrojar-se sobre a demanda além das forças. Podes adiar teu concurso na ministração desse ou daquele conselho a quem não sabe de onde veio nem para onde vai.
Podes fingir que não habitas um gigantesco internato de almas ulceradas, suplicando de ti um analgésico para as dores insuportáveis.
Que atitude adotar?
Filho da grande luz, imagina-te no lugar do outro. Reflexiona, por instantes breves, o porquê de Jesus te chamar a ajudá-Lo na espinhosa tarefa. Desconheceria o Cristo tuas limitações e tuas incertezas?
O bom pastor conhece todas as suas ovelhas. Ele sabe, desde o ontem longínquo, quais são tuas reservas de amor e tuas migalhas de auxílio aos outros em peregrinação difícil. Não te chamou porque sejas bom ou puro, imaculado ou credenciado.
Te estendeu um convite para auxiliá-Lo no reerguimento da igreja moral, que se fez em pedaços por ignorância e presunção, soberba e cegueira.
Não te deu uma tarefa sem te estender as condições mínimas para a realização da mesma.
Ele compreende teus medos e entende teus receios, mas te fez ver que a seara, como no tempo D’Ele, permanece imensa e prenhe de serviço, porém, escassa de operários dispostos ao sacrifício por amor e renúncia.
*Compreendes melhor o papel que te cabe no mundo?*
Se não podes ser o clarão de um sol, sê tu o palito de fósforo aceso na madrugada de algumas vidas. Tua existência na Terra, breve ou dilatada, não terá sido em vão.
Marta
Salvador, 28.04.2024
Centro Espírita Caminho da Redenção
Mansão do Caminho
Psicografia de Marcel Cadidé Mariano
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